terça-feira, 24 de outubro de 2017

Vulcão

Vulcão
Que me incendeia
A própria inquietude.
Tua liberdade venerável,
Quando intacta,
Prende a minha
E me impede de traduzir por nós 
Os nossos nós.

Tão parecido que não entendo
Igualmente incompreensível
Oposto complementar.
Complete-me
Preencha-me 
Incendeie-me
Fugaz e veroz
Ao seu modo de ser
Juventude.

Na inconstância de ser ar,
Alimento teu fogo insólido
Que crepita e me seca
Da certeza de onde pisar.
Apenas tateio,
Mas ao medo de entrar,
Fico a me tentar
Com a ideia do recíproco:
Meu novo fetiche.

Prometeria não deixar
Nossos astros imóveis 
Se me permitisse,
Em delicadeza,
Abrir
O que me move.

(GB - 19)