domingo, 31 de janeiro de 2010

O Pintor


Arranquei um fio de cabelo loiro
encravado na tinta que tinha cor de madeira
pintada na porta de madeira,
o fio do pintor.


Cravo de flor, cravo de pele,
cravo de beijinho doce.
Cravo os meus dentes
em no violão
e sai sangue do meu coração.


Chinelo arrebentado,
cachorro molhado,
pedra pontuda,
papel amassado
onde estava escrita
a cifra que eu queria decifrar

quando cravei meus dentes
na madeira, a mesma madeira
da porta do fio do pintor.
Porta de um lugar oco
onde sai um som maravilhoso...

E pus-me a chorar...

(GB - 11)