quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Anacruse

Na anacruse de meu tempo
Sempre chego antes mesmo de estar.
Quando olho sem ver,
Pode saber,
Flutuando no futuro instante,
Instavelmente a viajar.

Me pego vendo que,
Neste instante, instou
Na instabilidade da instância 
Entre ventos e sóis.
Pois gosto das coisas
Em seu estado esvoaçante
Como as palavras
De um instante.

Nunca estou,
Instou.
Até tudo desabar
Pela bomba do tempo.
Quando desaba,
Voltar quero a viajar,
Mas na métrica ainda estou
A frente de entrar,
Chorando pelo que não chegou,
Chegando onde ainda não se mostrou
Destino.

(GB - 18)

Nenhum comentário:

Postar um comentário