segunda-feira, 16 de julho de 2018

Ar-te

No reflexo da luz 
Das gotículas de vapor 
Que se colam 
E expelem aos poros.

Nos dedos batendo,
Dançando no couro do tambor. 
Nos pés batendo no chão, 
No canto ancestral entoado. 

No ler de textos, 
Na fumaça densa, 
No cheiro de filosofia, 
Está encravada a ancestralidade 
Que traz nossos fantasmas, 
Os fantasmas que fomos nós. 

Dionísio em luz apolínea. 
Evocar piratas é nossa especialidade 
Pelo movimento de ciscos na vibração dos fantasmas, 
No ar de Vangogh. 

A arte come as paredes 
Em um movimento antropofágico, 
Arte encravada no cimento e cal 
Comendo e expelindo tintura. 

A resistência está impregnada 
Até no concreto do chão suspenso
Que aguenta os saltos de artistas
Que resistem como chão. 
Artistas saindo de dentro das paredes. 

(GB - 19)

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