Chuva vem
Para lembrar
O quanto de mim tem
Em um pingo deste mar
Que escorre pela janela
Ao findar a tarde
Fundindo as cores.
Diga, quem é ela?
É menina?
É mulher?
É serena?
Melancolia?
É nostalgia?
É epifania?
Percebeu que a vida é trilho
E o universo, maquinista.
Confia e segue no vagão
Do instintivo coração
Tendo como paisagem
Outras passagens,
Outras lembranças.
O cinza céu enfumaçou-se,
Escorrem memórias entre as cortinas,
Lambe o vidro que separa o fora.
E o dentro, um buraco
E também um barco
Que leva ao próximo porto,
Assim eu parto.
Parti,
Parti-me ao meio
Como em um parto
Chegarei
E esperarei
A chuva passar.
(GB - 19)
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