Foi quando o desenho aquarelado
Que o sol pintou na areia molhada
Com as luzes do céu-mar
Formando o tal do beijo azul
Rosa, amarelo, laranja
Arco-íris,
O primeiro beijo do ano 22,
Nasceu a epifania:
Há vida!
Apesar de
Nasce da lama
Do caos
Do barro
Dos orifícios
Dos buracos
Dos cantinhos
Dos caminhos
Dos concretos
Surge
Pulsa
Em todos os seus ruídos
É bicho
É gente
É urgente
Um tanto ameaçada
Mas sempre emergente
Resistente
Avassaladora
Vibra
Apesar de tudo
A vida ainda vibra!
Em cada aresta
Em cada fresta
Em cada passarinho
Em cada amanhecer
Em cada anoitecer
Em casa entardecer
Em cada ser.
Um pedido:
Que as mortes sirvam de alimento
À vida faminta
Nesse momento
E o caos reorganize
Cada fragmento
De alma devastada.
(GB - 23)
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